
As manifestações ortopédicas do vírus da imunodeficiência humana (HIV) são comuns e às vezes são os únicos achados no momento do diagnóstico.
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O conhecimento das condições que afetam o músculo, o osso e as articulações em portadores do HIV é essencial para uma gestão bem-sucedida da doença e promoção da qualidade de vida em pacientes infectados.
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As miopatias (inflamações dos músculos) são algumas dessas manifestações e podem se apresentar com dor e cansaço, sendo explicadas por diferentes mecanismos no paciente portador do HIV:
1- Elas podem ser causadas por infecções bacterianas (observadas em pacientes que já apresentem imunossupressão pelo vírus) – a chamada piomiosite;
2- Podem resultar de inflamação idiopática (sem causa identificável) – polimiosite;
3- Ou ainda resultar do efeito de drogas (por exemplo, a miopatia pelo AZT).
Outras infecções ortopédicas raras são mais comuns em pacientes com HIV/AIDS, como a tuberculose vertebral e a angiomatose bacilar, exigindo um elevado índice de suspeição para o diagnóstico preciso e tratamento eficaz.
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Os processos neoplásicos como o linfoma não-Hodgkin e o sarcoma de Kaposi, também podem acometer o sistema musculoesquelético à medida que imunidade se deteriora, justificando dores nas costas e nas articulações.
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As artropatias inflamatórias e reativas, como a síndrome de Reiter, a artrite psoriásica, a artrite associada ao HIV, a síndrome articular dolorosa, a poliartrite aguda simétrica e a osteoartropatia hipertrófica. Todas podem se apresentar inicialmente apenas com dor articular e são mais prevalentes em pacientes portadores do HIV.
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Fica a dica: queixas musculoesqueléticas atípicas + história de exposição ao HIV tornam mandatória a testagem para o vírus e a avaliação de um especialista!



